ESSA A IMPRENSA MOSTROU
FONTE: Jornal O Globo
Jornal inglês diz que governo brasileiro perdeu o rumo e joga o povo contra o povo
RIO - O jornal
britânico “The Guardian” publicou, neste sábado, um artigo em que
comenta a “onda de violência entre classes” que tem se alastrado pelo
Rio, provocada por “um ano de protestos frustrados contra um governo
intransigente”, segundo as palavras do veículo.
O artigo assinado pela jornalista Nicole Froio cita os eventos que
agitaram o Rio na última semana, como o confronto entre policiais e
manifestantes na Central do Brasil, na quinta-feira, durante um protesto
que deixou um jornalista gravemente ferido; e o caso do adolescente que
foi espancado e preso a um poste, no Flamengo, por um grupo que
supostamente tentava fazer “justiça com as próprias mãos”.
“No Brasil há um ditado: bandido bom é bandido morto. Essas palavras
nunca foram tão relevantes no cenário brasileiro de hoje, dividido entre
classes, no qual preconceito, violência e racismo correm soltos”, diz o
início da reportagem. “Os confrontos não são mais entre o povo e as
autoridades; eles são povo contra povo”, continua.
Algumas estatísticas poderiam explicar a onda de violência, segundo a
matéria. Em 2013, mais de 33 mil pessoas foram assassinadas no Rio:
1.070 delas em assaltos e 5.412 em conflitos com a polícia.
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“A recente onda de violência, particularmente no bairro do Flamengo,
onde o adolescente negro foi atacado, são um resultado direto da ira da
população, que explodiu em junho passado. A tentativa do governo de
aumentar o preço das passagens de ônibus mais uma vez foi um lembrete de
que, desde os protestos do ano passado, as coisas pioraram, e não
melhoram”, comenta a jornalista baseada no Brasil.
De acordo com o texto, a classe média carioca tem ficado cada vez mais
preocupada com a sua segurança. E a raiva da inércia do governo diante
da situação estaria fazendo a população se voltar contra ela mesma.
“Os problemas sociais do Brasil são muito mais profundos do que
vigilantes que fazem o que pensam ser correto. Não é uma simples questão
de matar um criminoso porque ele é mau; centenas de anos de opressão,
racismo e negligência do governo não podem ser camuflados com uma
simples decisão de não aumentar as tarifas de ônibus”, conclui o artigo
do “Guardian”.
O Globo
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