Pessoas inteligentes que gostam da verdade

23 de maio de 2016

PSDB É PARTIDO DE ESQUERDA SIM !

           
               
  
  
PSDB é partido de esquerda socialista fabiana (social democracia) que participa da estratégia da tesoura com o PT.
        
                     
               
ASSISTA AOS VÍDEOS ABAIXO E APRENDA.
   
Veja também os links abaixo dos vídeos para aprender mais. Tem muita informação neles. Não negligencie.
     
  
  
O PSDB NÃO É UM PARTIDO NEM LIBERAL, NEM DE DIREITA
https://www.youtube.com/watch?v=LUBDcRV25Wc
      
  
  
  
Conselheiro Acácio- O SOCIALISMO FABIANO DE FHC-PSDB
https://www.youtube.com/watch?v=MStGKINqgL0
     
  
   
  
PT, PSDB E AS 15 FAMILIAS MAIS RICAS DO BRASIL
https://www.youtube.com/watch?v=U97FwZjAirE
        
  
     
        
   
       
           
VEJAM ESSES OUTROS ARTIGOS AQUI E APRENDAM MAIS SOBRE ESSA PATIFARIA DO SOCIALISMO FABIANO.
          
   
             
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7 razões para você entender por que o PSDB não é um partido de direita


Há algumas semanas, publiquei por aqui a matéria 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre o PT e o PSDB. Foi um sucesso. Até o momento em que publico esse texto, mais de 60 mil pessoas já compartilharam a matéria – que foi parar no Estadão.
Ainda assim, por todos os cantos surgiram comentários de que o PSDB é um partido de direita. Algo que, ao menos para quem convive com as discussões políticas nos últimos anos, não é nenhuma novidade.
Associar os tucanos à direita é algo que parte da esquerda tupiniquim vem realizando desde que Fernando Henrique foi eleito presidente. E direita não diz tudo. Há pouco tempo, Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e colunista da Folha de São Paulo, declarou durante uma marcha que o PSDB tem posições de extrema-direita. E não é uma voz isolada. Associar o PSDB à extrema direita já foi algo feito pelo Partido da Causa Operária, pela Carta Capital, por Paulo Vannuchi, diretor do Instituto Lula, e até por Renato Janine Ribeiro, atual Ministro da Educação.


Tudo isso motivou a criação desse novo texto, que pode ser encarado como uma continuação do primeiro. Confesso que tenho certa dificuldade com a expressão “direita” – como escrevi nesse artigo, publicado recentemente pela Folha de São Paulo – mas aqui a interpretarei como a tradução de conservadorismo.
Sem mais delongas, tenho 7 razões para você entender por que o PSDB não é um partido de direita.

1) Boa parte da esquerda tupiniquim já pediu votos para Fernando Henrique Cardoso.

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Pois é, isso mesmo. Aconteceu em 1978, na campanha em que Lula ajudou Fernando Henrique Cardoso a ganhar sua primeira eleição, como senador pelo estado de São Paulo. FHC foi apoiado em massa pela esquerda tupiniquim. Chico Buarque de Holanda, petista histórico, criou seu jingle, composta sobre a música “Acorda Maria Bonita”.
“A gente não quer mais cacique/ a gente não quer mais feitor/ a gente agora está no pique/ Fernando Henrique senador”, dizia a letra.
O “cacique” e o “feitor” na música eram alfinetadas contra Franco Montoro, também candidato ao Senado pelo MDB. Com a aproximação da derrota de FHC (que assumiria a cadeira apenas quatro anos depois, quando Montoro assumiu o governo do estado), os montoristas refizeram a letra do jingle: “A gente não tem mais cacife/ A gente não tem mais mentor/A gente agora foi a pique/Fernando Henrique é só professor”.
De fato, toda elite progressista brasileira aplaudia sua candidatura – Sérgio Buarque de Holanda, Mário Pedrosa, Florestan Fernandes, António Cândido, Francisco Weffort, Bolivar Lamounier, além do Projac inteiro: Eva Wilma, Carlos Alberto Riccelli, Elis Regina, Lima Duarte, Regina Duarte, Ruth Escobar, Gianfrancesco Guarnieri, Bruna Lombardi, Fúlvio Stefanini.
Em 1985, quando disputou a prefeitura de São Paulo contra Jânio Quadros, a cena se repetiu. Chico transformou seu clássico “Vai Passar” em “Vai Ganhar”, um novo jingle. Mas Fernando Henrique perdeu a eleição – derrota que anos mais tarde ele consideraria fundamental para sua escalada até a presidência.

2) Você sabia que “social democracia” nas siglas do PSDB quer dizer “social democracia”?

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As palavras abaixo não são minhas. Elas estão inseridas no documento doutrinário do PSDB, “A Social-Democracia, o que é, o que propõe para o Brasil”, escrita pelo então senador Fernando Henrique Cardoso, em 1990, publicada no site do partido.
“Qual é a posição ideológica da social-democracia?
Se esquerda significa ser contra a ordem social existente, e direita a favor, a social-democracia é sem dúvida uma corrente de esquerda.
Um social-democrata é antes de tudo alguém que tem senso crítico – que percebe as injustiças da sociedade e não tem medo de se opor a elas, mesmo correndo o risco de passar por subversivo ou sonhador.
Ser “de esquerda”, neste sentido, é o mesmo que ser “progressista”. É acreditar que tudo na vida muda, se transforma, e que é melhor ajudar conscientemente a mudança do que ficar parado no tempo, agarrado aos privilégios, à ideologia, às conveniências políticas, enfim, a tudo o que faz as pessoas “de direita” defenderem a ordem estabelecida apesar das injustiças, da miséria e da violência que ela produz.”
Essas são as bases do Partido da Social Democracia Brasileira. Um partido assumidamente de esquerda.

3) A história do PSDB se confunde com a história da esquerda brasileira.

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José Serra, então presidente da União Nacional dos Estudantes, a UNE, em 1963, aos 21 anos.
Como publiquei em 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre o PT e o PSDB, nunca é demais repetir: a história do PSDB se confunde com a história da esquerda brasileira.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, principal nome do partido, sempre foi um estudioso do marxismo, por influência de Florestan Fernandes. Na década de 50, auxiliava a edição da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro. Também integrava um grupo de estudos dedicado à leitura e discussão da obra O Capital, de Marx. Em 1981, ao lado de Eduardo Suplicy, ingressou numa lista da Polícia Federal. Era tratado como comunista pela ditadura. Como acadêmico, escreveu alguns livros fundamentais na bibliografia da esquerda brasileira, dentre os quais “Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional”, “Xadrez Internacional e Social-Democracia” e “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”.
O economista José Serra, por duas vezes candidato à presidência pelo partido, foi uma das principais lideranças estudantis de seu tempo, presidente da UNE e um dos fundadores da Ação Popular, grupo de esquerda que revelaria os petistas Plínio de Arruda Sampaio e Cristovam Buarque. Serra é amigo pessoal e conviveu por anos no exílio com a economista petista Maria da Conceição Tavares, uma das principais influências intelectuais do Partido dos Trabalhadores e referência particular de Dilma.
O tucano Aloysio Nunes, vice na chapa de Aécio Neves na última eleição, foi membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella – era seu motorista e guarda-costa. Aloysio realizou inúmeros assaltos à mão armada em nome da revolução socialista.
José Aníbal, uma das figuras mais proeminentes do PSDB paulista, foi amigo de adolescência de Dilma Rousseff, com quem estudava matemática depois das aulas, e seu parceiro na Organização Revolucionária Marxista Política Operária, também conhecida como POLOP. Aníbal foi um dos fundadores do PT, antes de ser presidente do PSDB.

4) O PSDB já tentou ingressar na Internacional Socialista.

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Em 2003, aconteceu em São Paulo o “XXII Congresso da Internacional Socialista”, organização há décadas atuante que possui afiliados 160 partidos de esquerda em mais de 100 países ao redor do globo. No evento em solo tupiniquim, integraram oficialmente o PDT (partido membro da organização no Brasil), além do PPS e do PT, convidados como observadores. A abertura do evento foi feita pelo então presidente Lula.
“Espero que esses três dias em que São Paulo se transforma em capital mundial do socialismo democrático, permitam a realização de um importante debate. De um debate capaz de renovar as esperanças daqueles que em todas as partes do mundo, sonham e lutam por um mundo mais livre e justo, o que é a essência do socialismo.
As profundas transformações pelas quais passou o mundo nas últimas décadas, abalaram muitas certezas e afetaram em parte paradigmas socialistas do passado.
Os conservadores celebraram muito apressadamente, sobretudo na América Latina, a vitória de suas teses e a derrota das esquerdas. Não foi necessário que transcorresse muito tempo, porém, para constatar que o legado que o conservadorismo deixou, foi um continente o mundo de desempregados e famintos atravessados por profundas desigualdades e incertezas. Um mundo onde as grandes conquistas científicas e tecnológicas beneficiam relativamente poucos excluindo muitos.”
O que muita gente não sabe é que o PSDB tentou filiar-se à instituição socialista. O pedido foi negado graças à forte influência de Leonel Brizola na organização, o que foi encarado pelos tucanos como um mero golpe eleitoreiro. A negativa gerou uma dura nota à imprensa do partido, indignado por não ter sido aceito.
“Só a ignorância pode explicar – sem, no entanto, justificar — o sectarismo presente à organização do XXII Congresso da Internacional Socialista, que acontece em São Paulo na próxima semana. O encontro deixou de lado forças representativas do campo progressista brasileiro, em especial o PSDB, numa demonstração de manipulação partidária, oficialismo e desconhecimento de nossa realidade política que é de causar vergonha aos que, ao longo da história, empunharam as bandeiras nobres da Internacional Socialista.”
A nota foi assinada por José Anibal, então presidente nacional do partido.

5) O PSDB esteve longe de fazer um governo de direita.

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A acusação de que o governo Fernando Henrique Cardoso foi de direita carece de qualquer embasamento ideológico com o que seja o conservadorismo ou qualquer outra vertente integrada vulgarmente à direita.
Mesmo sem qualquer apelo à família tradicional, à religião ou ainda a outros valores conservadores, para corroborar tal julgamento, normalmente a palavra direita é justificada com a palavra privatização, o que não é apenas um erro, a julgar o período histórico, como equivocado em relação aos próprios modelos de privatização adotados por Fernando Henrique, longe de qualquer ideário liberal (para maiores detalhes a respeito, você pode ler esse artigo do economista Leandro Roque). FHC deu apenas continuidade a uma política de descentralização inescapável para aliviar os gargalos de um país em processo de abertura – uma política iniciada por Collor e continuada por Itamar, depois de décadas de uma ditadura militar recordista na criação de empresas estatais (a ditadura militar criou cerca de 60% das empresas estatais no país). Tal política foi seguida por Lula e Dilma.
Pouco antes de entregar o poder, em 2002, Fernando Henrique rejeitou o título de “neoliberal”.
“Nunca houve uma chance do neoliberalismo aqui. Esse é um país muito pobre e o Estado terá sempre um importante papel na diminuição das diferenças sociais. Nós liberalizamos mas não promovemos uma varredura do que existia antes. No Brasil, o gasto público, na verdade, aumentou como porcentagem da produção econômica.”
Apesar das privatizações, Fernando Henrique é responsável por criar agências reguladoras com grande centralização de atuação no mercado. A lista de agências é extensa. FHC criou a Agência Nacional de Águas (ANA), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Agência Nacional do Cinema (Ancine), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Das 10 em atividade no país, ele criou 9.

6) Nem Lula acha que o PSDB é um partido de direita.

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Até mesmo o maior adversário eleitoral do PSDB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considera o PSDB um partido de esquerda. Para Lula, PT e PSDB são “que nem dois jogadores de futebol, somos amigos, somos até irmãos e estamos jogando em times diferentes”.
Na campanha presidencial de 2010, que contaria com Dilma, Serra, Marina Silva e Plínio de Arruda Sampaio, ele comemorava a ausência de candidatos de direita na disputa.
“Vocês querem conquista melhor do que numa campanha neste país a gente não ter nenhum candidato de direita? Porque antigamente, como é que era a campanha? Era o de centro-esquerda ou de esquerda contra os trogloditas de direita. Era assim toda campanha. Começou já a melhorar comigo e com o Fernando Henrique Cardoso – já foi um nível elevado. Depois eu e Serra também. Depois eu e Alckmin baixou o nível – por conta dele, não por minha conta. Mas agora, se tiver se apresentando os candidatos que eu estou vendo aí, vai ser uma coisa inédita neste país. Se tiver quatro ou cinco candidatos, são todos do espectro de esquerda. Uns podem não ser mais tão à esquerda quanto eram, mas não tem problema. A história e a origem dão credibilidade pro presente das pessoas. Essa eu acho que é uma conquista que nós precisaríamos aprender a valorizar. Porque era inimaginável até outro dia que nós chegássemos a esse momento do Brasil – não ter um candidato que represente a direita. É fantástico.”
Se você é um eleitor de Lula, lembre-se disso na próxima vez que chamar o PSDB de direita. Nem ele concorda com você.

7) A ciência ajuda a explicar de onde vem essa história.

Nem Lula, nem FHC, consideram o PSDB um partido de direita. E não são os únicos: os principais pensadores e militantes conservadores condenam o partido e o entregam à esquerda.
Logo, não há qualquer base intelectual, militante ou histórica que ligue o partido de Fernando Henrique Cardoso à direita, seja lá o que se entenda por direita. Ainda assim o termo insiste em aparecer nos debates associado ao partido como uma clara extensão daquilo que a ciência política chama de Janela de Overton. Como parece claro aqui, tratar o PSDB como um partido de direita é uma tentativa de trazer todo espectro político mais à esquerda, radicalizando o debate e transformando qualquer figura que não seja de esquerda em extrema-direita. A concepção da Janela de Overton foi criada pelo americano Joseph P. Overton, então vice-presidente do Mackinac Center for Public Policy. A utilização dela nesse debate transforma qualquer organização, partido ou pensador que não seja de esquerda, em radicais – concedendo à esquerda a sensatez da opinião pública.
Antes tarde do que nunca, é chegada a hora de fechar as janelas da desinformação.
  
  
  
   

10 coisas que você não sabia sobre a relação entre o PT e o PSDB

PT e PSDB são os irmãos Karamazov da política nacional. Nas últimas décadas, ambos os partidos travaram duelos apaixonados e transformaram o debate público brasileiro num imenso caldeirão, um Fla-Flu. De um lado os azuis, do outro os vermelhos. De um lado o tucano, do outro a estrela. De um lado o professor, do outro o operário.
O que poucas pessoas sabem é que há mais coisas em comum entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido da Social Democracia Brasileira do que julga nossa vã filosofia. PT e PSDB nasceram no mesmo lugar, no coração da esquerda paulistana, com concepções políticas e econômicas muito parecidas, e com duas figuras históricas – Lula e Fernando Henrique Cardoso – que não teriam ascendido sem o outro. E tudo isso nunca foi negado por seus criadores. Pelo contrário.
“Nós estamos que nem dois jogadores de futebol, somos amigos, somos até irmãos e estamos jogando em times diferentes”, já disse Lula sobre a relação entre os partidos.
“Nossas diferenças com o PT são muito mais em relação à disputa de poder do que sobre ideologia”, já assumiu Fernando Henrique Cardoso.
De fato, é muito difícil desassociar a história de ambos. O sociólogo francês Alain Touraine, de esquerda, ex-professor e amigo pessoal de Fernando Henrique, chegou a afirmar que o futuro do Brasil seria a união dos partidos. Em 2004, Touraine disse que os governos de FHC e Lula faziam parte de um mesmo projeto. E tal cenário é assumido por seu pupilo. Para FHC, há uma massa política atrasada no país e a polarização entre PT e PSDB serve para tirá-lo desse atraso.
“Os dois partidos que têm capacidade de liderança para mudar isso são o PT e o PSDB. Em aliança com outros partidos. No fundo, nós disputamos quem é que comanda o atraso”, disse.
Aqui, 10 coisas que você não sabia sobre a relação entre os dois partidos que mais pediram o seu voto nos últimos tempos.

1) Lula já garantiu eleição para Fernando Henrique Cardoso. E logo na estreia dos dois na política partidária.

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Foi em 1978.
Fernando Henrique Cardoso era o príncipe dos sociólogos, um membro ativo da comunidade acadêmica paulistana que havia deixado a universidade para abraçar a vida pública. Era sua estreia de gala, o candidato de esquerda na corrida ao Senado pelo maior estado do país, a nova aposta do MDB.
Lula era o sapo dos operários, um líder do movimento sindical que tinha “ojeriza” à política partidária. Convencido por alguns amigos, abriu uma exceção para a candidatura do sociólogo do Morumbi. Pediu em troca sua adesão às bandeiras econômicas dos sindicatos, prontamente atendidas. Tal qual FH, era sua primeira vez nas corridas eleitorais. E a meta era clara: somar o máximo de votos possíveis para Fernando Henrique Cardoso.
Como conta o próprio Lula:
“Acontece que em 78, primeiro ano das greves do ABC, o MDB estava lançando sua chapa de senadores. Algumas pessoas, alguns jornalistas cujos nomes não vou dizer, queriam que a gente apoiasse Cláudio Lembo, da Arena. Fui apresentado a Fernando Henrique Cardoso. Aí fomos para a campanha. Fui representar Fernando Henrique Cardoso em vários comícios.”
Lula levou FHC às portas de fábrica e rodou com ele pelo interior do estado. Era o príncipe e o sapo unidos em torno da criação do mesmo reino – a maior figura daquilo que viria a ser o PSDB com a maior figura daquilo que viria a ser o PT. Num palanque do MDB, com artistas e figuras ilustres da esquerda paulistana, o líder operário irritou-se com a festividade. Virou-se para Ulysses Guimarães e esbravejou:
“O trato é que iria pedir votos só para o Fernando Henrique Cardoso. Todo mundo sabe que sou o principal cabo eleitoral do Fernando Henrique Cardoso. Agora querem que eu peça votos também pro Montoro. Eu não vou pedir. Se não me deixarem fazer o que eu quero, eu desço e levo o palanque todo comigo, e vamos fazer o comício em outro lugar.”
Era o início de tudo. Fernando Henrique acabaria eleito primeiro suplente do senador Franco Montoro e, quatro anos depois, quando Montoro virou governador, assumiu a vaga, dando princípio à carreira política que o levaria ao cume do poder nacional. Sem o apoio de Lula em seus primeiros passos, nada disso seria possível.

2) Eduardo Suplicy, Lula e FHC já dividiram uma casa de praia em Ubatuba

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Na década de setenta, Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa de praia em Picinguaba, Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Em 1976, entre as indas e vindas de sua vida acadêmica dentro e fora do país, deixou o imóvel nas mãos de um amigo de longa data que conhecia desde os tempos de garoto – um sujeito chamado Eduardo Matarazzo Suplicy.
“Em 1976, aluguei uma casa em Paraty e fui conhecer Picinguaba. O Fernando Henrique Cardoso tinha uma casa lá, que acabou me emprestando por seis meses quando ele foi para a França. O filho da caseira me mostrou um terreno, onde acabei construindo minha casa, dois anos depois”, conta Suplicy. 
Um ano depois, o fundador do PSDB abriria as portas para o fundador do PT e sua esposa – Lula e Marisa – passarem um final de semana no imóvel. Lula ficou extasiado com a paisagem. Só reclamou dos mosquitos.

3) Lula e Fernando Henrique Cardoso quase criaram um partido político

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Fernando Henrique Cardoso no alto, à esquerda, Lula no centro da imagem.
No final da década de 1970, Fernando Henrique e Lula participaram de uma reunião no ABC paulista, com intelectuais e dirigentes sindicais, para discutir o que fazer diante da iminente redemocratização no país. Nesse espaço, discutiram a criação de um partido socialista. Mas a ideia não foi pra frente. Como conta o sociólogo Francisco Weffort, fundador do PT e posteriormente ministro do governo FHC:
“Apesar das muitas afinidades, prevaleceu a divergência. Daquele grupo, uns saíram para criar o PT e outros, anos depois, o PSDB.”
Segundo Eduardo Suplicy, que reuniu Lula e Fernando Henrique diversas vezes em sua casa para discutir o futuro do país e a possível criação de uma nova legenda, ela só não nasceu pelo conflito de liderança entre os dois:
“Cada um avaliava que seria o líder maior da organização que se formasse. Tinham dificuldade de aceitar a liderança um do outro, e ficava muito difícil para ambos ficar no mesmo partido”, conta.
Por muito pouco, PT e PSDB não se tornaram um único partido.

4) Os políticos de PT e PSDB se confundem com a história da esquerda brasileira

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A história dos principais caciques tucanos se confunde com a história dos principais caciques petistas. Juntos, ajudaram a construir a esquerda brasileira.
Fernando Henrique Cardoso sempre foi um estudioso do marxismo, por influência de Florestan Fernandes. Na década de 50, auxiliava a edição da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro. Também integrava um grupo de estudos dedicado à leitura e discussão da obra O Capital, de Marx. Em 1981, ao lado de Eduardo Suplicy, ingressou numa lista da Polícia Federal. Era tratado como comunista pela ditadura.
O economista José Serra foi uma das principais lideranças estudantis de seu tempo, presidente da UNE e um dos fundadores da Ação Popular, grupo de esquerda que revelaria os petistas Plínio de Arruda Sampaio e Cristovam Buarque. Serra é amigo pessoal e conviveu por anos no exílio com a economista petista Maria da Conceição Tavares, uma das principais influências intelectuais do Partido dos Trabalhadores e referência particular de Dilma.
O tucano Aloysio Nunes, vice de Aécio Neves na última eleição, foi membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella – era seu motorista e guarda-costa. Aloysio realizou inúmeros assaltos à mão armada em nome da revolução socialista.
Alberto Goldman, ex-governador tucano de São Paulo, teve uma educação marxista. Foi membro do clandestino PCB durante a ditadura.
José Aníbal, uma das figuras mais proeminentes do PSDB paulista, foi amigo de adolescência de Dilma Rousseff, com quem estudava matemática depois das aulas, e seu parceiro na Organização Revolucionária Marxista Política Operária, também conhecida como POLOP. Aníbal foi um dos fundadores do PT, antes de ser presidente do PSDB.
Juntos, eles fundariam os dois partidos políticos mais relevantes do país.

5) Nas eleições de 1989, o PSDB apoiou Lula contra Collor


Mario Covas, Lula e Brizola.
O recém formado PSDB, criado por dissidentes de esquerda do MDB, lançou o senador Mario Covas candidato à presidência em 1989. Covas alcançou pouco mais de 7 milhões de votos no primeiro turno e terminou a corrida na quarta colocação. O que pouca gente se lembra é que o PSDB apoiou Lula no segundo turno – o PMDB, de Ulysses Guimarães, tentou seguir o mesmo caminho, mas acabou rejeitado pelo Partido dos Trabalhadores. Os tucanos, por outro lado, foram acolhidos. Em almoço com o prefeito de Belo Horizonte eleito pelo PSDB, Pimenta da Veiga, Lula ouviu do tucano:
“Eu tenho também a alegria de saber que, pela primeira vez, aqui se reúnem representantes de todas as forças progressistas do país, nesta tarde, neste almoço. Eu estou certo que isso terá desdobramentos. E acho que deve ser assim, porque o Brasil deseja mudanças em profundidade. E só essas forças progressistas podem fazer essas mudanças.”
Lula perderia a eleição para Collor em poucas semanas.

6) “Lula, venha conhecer a casa onde você um dia vai morar”

Lula e FHC
Em 1993, o Brasil passou por um plebiscito sobre a forma e o sistema de governo do país. De um lado, o PT articulava a formação de uma Frente Presidencialista. De outro, o PSDB defendia a implementação do parlamentarismo. Numa conversa informal, Lula e FHC chegaram a conversar sobre um plano em que o operário se tornaria presidente e o sociólogo primeiro-ministro.
Em 1998, como revela numa conversa com o ex-senador petista Cristovam Buarque, FHC recebeu Lula no Palácio do Alvorada e arriscou uma nova previsão.
“Cristovam Buarque: Em novembro de 1998, acompanhei o Lula para visitá-lo. Quando o senhor abriu a porta do apartamento residencial no Alvorada, disse: “Lula, venha conhecer a casa onde você um dia vai morar”. Foi generosidade ou previsão?
Fernando Henrique Cardoso: Não creio que tenha sido uma previsão, mas sempre achei uma possibilidade. E também um gesto de simpatia. Eu disse ao Lula naquele dia: “Temos uma relação de amizade há tantos anos, não tem cabimento que o chefe do governo não possa falar com o chefe da oposição”. Era uma época muito difícil para o Brasil. Eu disse lá, não sei se você se lembra: “Algum dia nós podemos ter de estar juntos”. Eu pensava numa crise. E disse ao Lula: “Não quero nada de você. Só conversar. É para você ter realmente essa noção de que num país, você não pode alienar uma força”. Lula conversou comigo no dia da posse. E foi bonita aquela posse… Na hora de ir embora, o Lula levou a mim e a Ruth até o elevador. E aí ele grudou o rosto em mim, chorando. E disse: “Você deixa aqui um amigo”. Foi sincero, não é?”
Em 1999, Fernando Henrique relatou o quanto respeitava Lula. Numa conversa com Eduardo Suplicy, revelou que quando Lula aparecia na televisão falando mal dele, simplesmente desligava o aparelho.
“Fico triste, perco até o humor. Para vocês terem uma ideia do quanto eu gosto e admiro o Lula. Você sabe, Eduardo, o que eu fiz com Lula quando ele esteve comigo no Alvorada, mostrei a ele o meu quarto e disse: “Um dia isso aqui vai ser os seus aposentos”. A gente faz isso com adversário, nem com todos os amigos a gente faz isso. Pois eu mostrei a Lula as dependências da residência oficial em que moro. Mostrei o meu quarto.”
Em três anos, Lula viraria presidente. A profecia tucana se cumpriu.

7) Fernando Henrique fez campanha secreta para Lula em 2002

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Nas eleições de 2002, FHC retaliou José Serra, candidato pelo PSDB à sucessão presidencial, por ataques feitos a Lula durante a campanha. Fernando Henrique disse também, em conversas reservadas, que foi um erro o ataque direto ao presidente do PT, o então deputado federal José Dirceu. Dirceu era o petista mais próximo de seu governo e a ordem era que se suspendesse imediatamente as críticas a ele. Seu puxão de orelha foi transmitido ao comando do marketing da campanha de Serra.
Com Lula eleito, FHC iniciou uma campanha secreta em sua defesa. A história é narrada no livro ”18 Dias — Quando Lula e FHC se uniram para conquistar o apoio de Bush”, escrito por Matias Spektor, doutor em relações internacionais pela Universidade de Oxford e colunista da Folha de São Paulo. Como conta Spektor:
“Lula despachou José Dirceu [que viria a ser o chefe de sua Casa Civil] para os Estados Unidos e acionou grupos de mídia e banqueiros brasileiros que tinham negócios com a família Bush. Disciplinou as mensagens de sua tropa e abriu um canal reservado com a embaixada americana em Brasília. Lula não fez isso sozinho. Operando junto a ele estava o presidente brasileiro em função – Fernando Henrique Cardoso. FHC enviou seu ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, em missão à Casa Branca para avalizar o futuro governo petista. O presidente também instruiu seu ministro da Fazenda, Pedro Malan, a construir uma mensagem comum junto ao homem forte de Lula, Antonio Palocci.
Eles fizeram uma dobradinha para dialogar com o Tesouro dos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional e Wall Street. Fernando Henrique ainda orientou Rubens Barbosa, seu embaixador nos Estados Unidos, a prestar todo o apoio a Lula.”
Sem esse apoio, Lula certamente não conseguira a estabilidade internacional que teve. Não fosse FHC, sua história teria tomado outros rumos. E a do Brasil também.

8) O homem forte da economia do governo Lula era… um tucano!

No início dos anos 2000, Henrique Meirelles deixou de lado uma vida bem sucedida como executivo do setor financeiro para candidatar-se a deputado federal por Goiás. Recebeu 183 mil votos e se tornou o deputado mais votado do estado. Seu partido era o PSDB. Com o sucesso eleitoral e o respeito do mercado financeiro, foi convidado por Lula para ser o primeiro presidente do Banco Central de seu governo, cargo que ocuparia por longos 7 anos. Meirelles ainda receberia as bençãos de FHC, antes de se desfiliar do PSDB e deixar o cargo que havia sido eleito. Lula telefonou para Fernando Henrique para avisar a escolha.
Em 2003, Marcos Lisboa, outro homem forte da economia do primeiro governo Lula, declarou que a equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso merecia uma “estátua em praça pública” por ter promovido os acordos com os governos estaduais e municipais na negociação da dívida e também por ter criado a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Anos mais tarde, Fernando Henrique revelou comemorar as conquistas do governo Lula.
“Eu também comemoro a melhoria na distribuição de renda. A política dele é a minha”, disse.

9) Fernando Henrique Cardoso evitou o impeachment de Lula em 2005

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Durante todo governo Lula, duas figuras construíram uma ponte entre o presidente operário e o ex-presidente sociólogo: os então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. Os encontros foram confirmados por ambos – Palocci confirmou que esteve pessoalmente com FHC “pelo menos cinco vezes”; Bastos disse ter conversado pessoalmente com o ex-presidente apenas uma vez, em junho de 2005, mas confirmou que os contatos por telefone eram muito frequentes. Lula sempre soube das conversas e, mais de uma vez, em momentos difíceis, sugeria a Palocci: “Vai conversar com Fernando Henrique”.
Em 2005, no auge do escândalo do Mensalão e com a pressão por impeachment, Lula orientou seus dois homens fortes para pedirem a FHC que aplacasse os ânimos da oposição. O tucano aceitou de prontidão. Na conversa com Thomaz Bastos, FHC concordou que um impeachment de Lula, à época uma ameaça real, “tornaria o país ingovernável”. Fernando Henrique dizia que não queria criar “uma cisão no Brasil”. Os tucanos acataram a ordem e a história do impeachment perdeu força.

10) Nas últimas eleições municipais, PT e PSDB estavam coligados em 999 disputas de prefeituras

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PT e PSDB são tratados como antagonista no cenário político nacional, mas a verdade é que em pelo menos 999 cidades (o correspondente a 18% das 5.569 cidades brasileiras), os partidos fizeram parte da mesma coligação nas últimas eleições municipais. Só no estado de São Paulo, esse número foi de 54 municípios.
Em Schroeder, Santa Catarina, por exemplo, o prefeito eleito foi o tucano Osvaldo Jurck; seu vice foi o petista Moacir Zamboni. Em 149 casos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as chapas que contaram com o PT foram encabeçadas por candidatos a prefeito pelo PSDB.
Tudo como se fossem feitos um para o outro.