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21 de outubro de 2014

A ARTE DE ROUBAR

   
Texto enviado por e-mail pelo internauta José Batista Pinheiro.
   
       
    
Roubar é uma arte sofisticada. Exige um curso completo com graduação, às vezes, até com mestrado e doutorado. Não há concurso público para a pessoa passar no vestibular para ser um ladrão verdadeiro, incólume e intocável, basta querer e ter a devida vocação. Qualquer ladrãozinho aprendiz de feiticeiro com a mão na massa é logo preso, trancafiado e carimbado como tal para o resto da vida. Os ladrões graduados estão isentos de qualquer acusação ou suspeita.
 
Aqui no Brasil roubar não é crime nem desonra. Os ladrões aparecem com as suas caras de pau nos jornais sorrindo, despreocupados e felizes como se estivessem assistindo a coroação da rainha da Inglaterra. Os seus familiares pouco se constrangem, pois são altamente premiados com o produto da rapinagem. Quem ousar reclamar contra o ato infame de arranhar o erário é logo ameaçado com um processo de injúria e difamação. Afinal, afanar os bens do Estado é quase um dever de quem se diplomou na arte de roubar o povo.
 
Ao contrário do que se pensa essa proveitosa arte de roubar enseja a qualquer cidadão, devidamente diplomado, o acesso à cargos públicos através de  nomeação ou eleitos pelo voto universal. Na democracia vale tudo, pois todos são iguais perante a Lei, até os gatunos. Seja esperto, pois sem diploma na arte roubar, você pode ser preso e condenado por esconder na camisa uma simples banana para matar a fome.

       
José Batista Pinheiro é Coronel Reformado do Exército Brasileiro.
  
    
      
   
 
  
    
  
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