O Brasil precisa conhecer Marina Silva (e seu marido):
Fontes:
EM MARÇO DE 2013 BANDIDOS DO MST FORAM COMANDADOS POR MARINA SILVA PARA INVADIR E DESTRUIR.
É apenas mais um ato insano dessa facção criminosa
chamada MST financiada pelo governo do Brasil onde impera uma outra facção
criminosa, assassina chamada PT - Partido dos Trabalhadores.
Ao invés de
trabalharem para conseguir o que precisam eles invejosamente comandados por
Marina Silva partem para destruição de propriedades e plantações daqueles que
trabalham para conseguir produzir alimentos para o povo. Esse mesmo povo que a
troco de umas moedas e capaz de votar de novo nesses assassinos. Assim nosso
lindo, pujante, rico e imenso pais vai caminhando para sua destruição
total. Pena que esses vândalos, ferozes não encontram resistência de uma
policia armada que despejasse rajadas de metralhadoras ate que eles resolvessem
desistir. Eles querem heróis? Pois que tenham os heróis. Não, isso não pode, nós
e que estamos morrendo como baratas nas mãos de seus bandidos aliados nas ruas
de todo o Brasil num total de mais de 50.000 a cada ano. Vamos sentar e esperar
aplaudindo FFAA?
MST invade fazenda do filho da senadora Kátia Abreu no Tocantins.
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No Estadão:
A dirigente do MST no Tocantins, Marina Silva, deixou claro que um dos objetivos é atingir a senadora. "Kátia
Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do
Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais
em suas fazendas. Por isso, estamos realizando esse ato político e
simbólico em sua propriedade", afirmou.
PALMAS- A Fazenda Aliança, do deputado federal Irajá Abreu (PSD-TO), foi invadida na manhã desta quinta-feira, 7, por cerca de 500 mulheres do Via Campesina, do Movimento Sem Terra (MST), e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Irajá Abreu é filho da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet) e da Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária (CNA).
As invasoras impediram a saída de 48 trabalhadores e fecharam as duas pistas da BR-153 (Belém-Brasília), ateando fogo em pneus. Segundo a assessoria do deputado, cerca de 500 mudas de eucalipto teriam sido destruídas, provocando um prejuízo de R$ 500 mil.
A ação foi referente ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março, com o tema Mulheres Sem Terra na Luta contra o Capital e pela soberania dos Povos. Uma das invasoras, Cristina Lima, negou ter havido destruição de mudas de eucaliptos e funcionários reféns. Disse, ainda, que a paralisação da rodovia foi por curto período de tempo e que a desocupação da fazenda ocorreu antes do meio-dia.O MST alegou que, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Tocantins, a fazenda havia sido embargada em 2011 e em 2012, por desmatamento de área de preservação permanente. O Ibama confirmou ter multado a fazenda, mas o deputado contestou as autuações na Justiça.
A dirigente do MST no Tocantins, Marina Silva, deixou claro que um dos objetivos é atingir a senadora. "Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais em suas fazendas. Por isso, estamos realizando esse ato político e simbólico em sua propriedade", afirmou.
Para as integrantes do MST e do MAB, o "Tocantins é exemplo da disparidade entre o montante de verba recebida pela agricultura camponesa e o agronegócio". Ainda de acordo com as invasoras, para 2012-2015 está prevista a aplicação de R$ 1.483.720.647,00 pelo governo do Estado no Programa de Infraestrutura Hídrica para Irrigação e Usos Múltiplos, destinado à instalação de grandes projetos hidroagrícolas no Tocantins. Dizem, também, que, o programa relativo às ações voltadas à agricultura familiar possui apenas R$ 154.087.056,00, aproximadamente 10% do destinado aos grandes projetos hidroagrícolas.
Segundo as mulheres que invadiram a fazenda de Irajá Abreu, a agricultura familiar ocupa apenas 18,8% das terras tocantinenses, embora produza 91% do feijão de corda, 84% da mandioca, 62% do leite e derivados, 62% do feijão, 59% dos suínos, 50% do milho, 48%das aves e 38% do arroz. "Queremos que o governo invista da mesma forma nos dois setores", afirmou Marina Silva. O deputado Irajá Abreu, por meio de nota, informou que a fazenda não está embargada, é produtiva há mais de 40 anos.
PALMAS- A Fazenda Aliança, do deputado federal Irajá Abreu (PSD-TO), foi invadida na manhã desta quinta-feira, 7, por cerca de 500 mulheres do Via Campesina, do Movimento Sem Terra (MST), e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Irajá Abreu é filho da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet) e da Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária (CNA).
As invasoras impediram a saída de 48 trabalhadores e fecharam as duas pistas da BR-153 (Belém-Brasília), ateando fogo em pneus. Segundo a assessoria do deputado, cerca de 500 mudas de eucalipto teriam sido destruídas, provocando um prejuízo de R$ 500 mil.
A ação foi referente ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março, com o tema Mulheres Sem Terra na Luta contra o Capital e pela soberania dos Povos. Uma das invasoras, Cristina Lima, negou ter havido destruição de mudas de eucaliptos e funcionários reféns. Disse, ainda, que a paralisação da rodovia foi por curto período de tempo e que a desocupação da fazenda ocorreu antes do meio-dia.O MST alegou que, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Tocantins, a fazenda havia sido embargada em 2011 e em 2012, por desmatamento de área de preservação permanente. O Ibama confirmou ter multado a fazenda, mas o deputado contestou as autuações na Justiça.
A dirigente do MST no Tocantins, Marina Silva, deixou claro que um dos objetivos é atingir a senadora. "Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais em suas fazendas. Por isso, estamos realizando esse ato político e simbólico em sua propriedade", afirmou.
Para as integrantes do MST e do MAB, o "Tocantins é exemplo da disparidade entre o montante de verba recebida pela agricultura camponesa e o agronegócio". Ainda de acordo com as invasoras, para 2012-2015 está prevista a aplicação de R$ 1.483.720.647,00 pelo governo do Estado no Programa de Infraestrutura Hídrica para Irrigação e Usos Múltiplos, destinado à instalação de grandes projetos hidroagrícolas no Tocantins. Dizem, também, que, o programa relativo às ações voltadas à agricultura familiar possui apenas R$ 154.087.056,00, aproximadamente 10% do destinado aos grandes projetos hidroagrícolas.
Segundo as mulheres que invadiram a fazenda de Irajá Abreu, a agricultura familiar ocupa apenas 18,8% das terras tocantinenses, embora produza 91% do feijão de corda, 84% da mandioca, 62% do leite e derivados, 62% do feijão, 59% dos suínos, 50% do milho, 48%das aves e 38% do arroz. "Queremos que o governo invista da mesma forma nos dois setores", afirmou Marina Silva. O deputado Irajá Abreu, por meio de nota, informou que a fazenda não está embargada, é produtiva há mais de 40 anos.
Por Reinaldo Azevedo
Jamais votaria em Marina Silva. Já expus aqui alguns dos meus motivos. E também na minha coluna de
sexta na Folha. Vou avançar. Desde que me ocupo da política, como
jornalista, meu esforço é para tirá-la do terreno da mitologia e
trazê-la para o da razão — inclusive o da razão prática. “Poderia votar
em Dilma contra Marina, Reinaldo?” Também é impossível. Os petistas me
incluíram numa lista negra de jornalistas. Eles querem a minha cabeça e,
se pudessem, pediriam a meus patrões que me botassem na rua. Desconfio
até que já tenham pedido — não sei. Mas não levaram. Não sou suicida.
Não me ofereço àqueles que se pretendem meus feitores. Mas, reitero, nem
tudo o que não é PT me serve — e Marina não me serve. Mais: acho que
alguns de seus ditos “conselheiros” estão perdendo o juízo e querendo se
comportar como os Catões da República. Já chego lá.
Os cardeais da papisa
Marina Silva não é candidata a presidente da República, mas a papisa de uma seita herética — e suas heresias são praticadas contra a democracia representativa. Ela não concede entrevistas. Seus cardeais falam por ela. À Folha, quem garantiu a independência do Banco Central foi Maria Alice Setubal. Já expliquei e insisto: se o sócio de um grande banco viesse a fazer tal promessa como porta-voz do tucano Aécio Neves ou da petista Dilma Rousseff, nós, da imprensa, não perdoaríamos o deslize. Como se trata de Marina, parece evidência de sabedoria. Tenham paciência! Banqueiros não podem fazer política? Podem e devem. Mas convém não misturar carne com leite nessas coisas. E ponto.
Na Folha desta segunda, mais um cardeal do “marinismo”, Eduardo Giannetti, fala em nome de Marina. Também ele acena para os mercados com a independência do Banco Central, mas o centro de sua entrevista é outro: quer a conciliação política “dos bons”, entendem? Marina, diz ele, pretende governar com o apoio de Lula e de FHC. Ninguém lhe perguntou — e não sei se vão perguntar — por que não se fez antes se é tão fácil. A rigor, em todos os conflitos do mundo, dos mais amenos aos mais sangrentos, sempre se poderia fazer esta indagação: “Por que não, então, juntar os opostos, juntar os litigantes?”.
Giannetti teve uma ideia que poderia, enfim, ter evitado todas as guerras, até a de Troia, como num poema de Mário Faustino: “Estava lá Aquiles, que abraçava/ Enfim Heitor, secreto personagem/ Do sonho que na tenda o torturava”. No seu mundo, como no do poema, Saul não briga com Davi, os seteiros não matam Sebastião, e o “Deus crucificado” beija uma segunda vez o enforcado (Judas). Pode ser literatura. Pode ser religião. Uma coisa é certa: política não é.
Há mais: Giannetti resolveu, em sua entrevista, todas as dificuldades e só ficou com as facilidades. Imaginar que PT e PSDB possam estar juntos num governo implica ignorar, logo de cara, o fato de que esses partidos têm vocações e fundamentos que são inconciliáveis. Se o ideário, hoje, dos tucanos é um tanto nebuloso aqui e ali — especialmente na área de valores —, os do PT são muito claros. Ora, ora, ora… Então Marina Silva, a Puríssima, não aceita nem mesmo subir no palanque com Geraldo Alckmin ou com Beto Richa — acordos feitos por Eduardo Campos —, mas aquele que se candidata a ser seu orientador intelectual (já que diz não querer cargo caso ela se eleja) sonha com um governo que possa unir… Aquiles e Heitor. Giannetti é uma pessoa lida, que tem experiência com as palavras. Uma tolice dita por ele parece de qualidade superior à dita por um petista tosco qualquer. Mas é apenas isto: uma tolice dita com charme.
O PMDB
E o homem vai adiante. O sonho de Giannetti — que não me parece muito distante, mutatis mutandis, de todos aqueles que sonharam com um Rei Filósofo, com um Déspota Filósofo… — é juntar os bons de um lado para isolar os maus de outro. Ele pega carona na fácil demonização do PMDB. Dá a entender que essa é a força que tem de ficar do outro lado da trincheira. Marina, então, seria eleita pelo PSB, com o apoio de FHC e Lula e outras almas superiores do Congresso, uma conspiração dos éticos se formaria e pronto! Tudo estaria resolvido. Tão fácil que a gente lamenta que tantos estúpidos não tenham pensado nisso antes, né?
É mesmo? Será que o PMDB, ao longo da história, tem sido só um problema? Então vamos ver. Marina Silva apoia o Decreto 8.243, aquele que nem é exatamente de Dilma, mas de Gilberto Carvalho. No horizonte da turma que defende esse lixo autoritário, está, inclusive, o controle da imprensa, sim, senhores!, por conselhos populares. Marina não vê mal nenhum nisso porque, afinal, já deixou claro, não dá bola para partidos ou para instâncias formais de representação. O PMDB pode não ser exatamente um convento de freiras dos pés descalços, mas lembro que o partido, em seu congresso, apoiou uma das mais claras e fortes resoluções contra qualquer forma de censura à imprensa. Sugerir que o PMDB atrapalha a democracia ou a torna ingovernável é mais do que um erro; é uma mentira.
O avião
Hoje é dia 25 de agosto. Eduardo Campos morreu no dia 13. Até agora, ninguém sabe a quem pertence o avião. Marina, que voou muitas vezes naquele jatinho e que herda, pois, os instrumentos aos quais recorreu o PSB para fazer campanha, se nega a falar do assunto, como se ele não lhe dissesse respeito. Diz, sim!
Quem se pronunciou foi Beto Albuquerque, candidato a vice. Curiosamente, cobra explicações da Polícia Federal. Como? Aquele que era um dos homens mais próximos do presidenciável morto está exigindo respostas em vez de dá-las? O PSB, vejam vocês, inventou o avião sem dono.
Marina, a mais ética entre os éticos, não aceita doação, no caixa um — o oficial e registrado — de empresas disso e daquilo, mas faz ares de santa da floresta quando se questiona a quem pertencia um jatinho que custava alguns milhões. É essa a “nova política” de que tanto se fala? Vamos ver o que vem por aí: candidaturas e mandatos já foram cassados por muito menos. Que se apure tudo, mas há um cheiro fortíssimo de caixa dois na campanha, não é mesmo?
Messianismo
Marina carrega nas tintas de uma espécie de messianismo pós-moderno, assim, meio holístico-maluco-beleza. A VEJA desta semana a traz na capa. A reportagem, qualquer um pode constatar, não lhe é nada hostil. A figura desenhada nas páginas chega a ser simpática. Um trecho, no entanto, chamou especialmente a minha atenção.
No dia 18, 30 membros da Rede se reuniram em São Paulo para discutir a morte de Campos. Debate político? Claro que não! Isso é coisa superada. Era um papo de outra natureza. Depois de cada um dizer o que sentia, eles se dividiram em trios para escrever palavras para confortar… Marina!!! É, gente… Na Rede — que Giannetti quer ver no governo com o apoio de Lula e FHC —, não existem vitoriosos e derrotados quando se debate uma ideia. Há um troço chamado “consenso progressivo”. A exemplo do Cassino do Chacrinha, a reunião “só acaba quando termina” — e todos ganham. Em maio, para definir os dois porta-vozes da Rede, eles ficaram reunidos por 18 horas. Tinha de ser um homem e uma mulher para contemplar as diferenças de gênero… Tenham paciência!
Conheço gente que já frequentou esse círculo de iniciados. A coisa parece ser mesmo do balacobaco. Marina é o Pablo Capilé da floresta, e sua Rede lembra, em muitos aspectos, o tal grupo Fora do Eixo. As pessoas lhe dedicam um silêncio reverente e estão certas de que ela mantém mesmo certa comunicação com entes que não estão exatamente entre nós.
Estou fora
Não caio nessa, sob pretexto nenhum — nem mesmo “para tirar o PT de lá”. Na democracia, voto útil é voto inútil. Se Deus me submetesse à provação — espero que não aconteça — de ter de escolher entre Dilma e Marina, escolheria gloriosamente “nenhuma”! Se a turma do coquetel Molotov estava sem candidata e agora encontrou a sua, eu, que sou um partidário da democracia representativa e das instituições democráticas, deixarei claro, nessa hipótese, que estarei sem candidato no segundo turno. Mas torço e até rezo para que o Brasil seja poupado.
De resto, vou insistir numa questão: Marina Silva é governo no Acre há 16 anos. Seu marido deixou um cargo no secretariado de Tião Viana na semana passada. Mas a sua turma está lá, aboletada na gestão petista. Digam-me cá: quando Viana, seu aliado, começou a despachar haitianos para São Paulo, de uma maneira indigna, escandalosa, Marina disse exatamente o quê, além de nada? Qualquer bagre teria merecido dela mais atenção! Pareceu-me uma reação muito pouco caridosa a sua.
E não tenho como esquecer o fato de que, há menos de dois anos, Marina estava lutando por um Código Florestal que iria reduzir a área plantada no país. Como alternativa para seu desatino, ela tirava das dobras de seus numerosos xales certo “ganho de produtividade” que compensaria a perda. Propunha isso, com o desassombro e a retórica caudalosa de sempre, como se o Brasil não tivesse hoje uma agricultura e uma pecuária entre as mais produtivas do mundo. Do mesmo modo, incentivou a crítica verdolengo-obscurantista a Belo Monte, num país que enfrenta escassez de energia.
Marina Silva? Não! Muito obrigado! Não quero! “Ah, mas ela pode ser eleita e fazer um grande governo…” É, tudo pode acontecer. Não tenho bola de cristal. Quando voto, levo em conta o passado dos candidatos, suas utopias, suas prefigurações, sua visão de mundo, o apreço que têm pela democracia, a factibilidade de suas propostas.
Se eu tivesse alguma dúvida — já não tinha —, ela teria se dissipado com a entrevista concedida por Giannetti nesta segunda: Marina quer governar com o apoio de FHC e Lula… Então tá! É até possível que os dois, por elegância ou sei lá o quê, venham a dizer que, se isso acontecer, tudo bem. Ocorre que o Brasil não é um país comandado por aqueles líderes de clãs do Afeganistão. O Brasil sofreu um bocado para ter uma democracia gerida por partidos e por instituições. Ainda não chegou a hora de sermos um Brasilstão, governado por uma santa rodeada de conselheiros de fino trato. Isso nada tem a ver com democracia. Isso é só mais um delírio de intelectuais, ainda e sempre os mais suscetíveis às tentações autoritárias.
Os idiotas que acham que sou antipetista a ponto de votar até num sapo se o PT estiver do outro lado nunca entenderam direito o que penso. Em dilemas que são de natureza moral, não havendo o ótimo, a obrigação é escolher o caminho menos danoso. Na democracia, felizmente, temos a possibilidade de recusar o ruim e o pior.
De todo modo, espero que a onda passe e que o destino do país não seja definido pelo cadáver de alguém que não havia se explicado o suficiente em vida. É isso.
Marina e a democracia
2 de setembro de 2014 § 35 ComentáriosMarina Silva oferece como a mais sólida chancela de sua candidatura o grupo com que sonha fazer-se acompanhar e não o que ela própria é ou pensa fazer, embora tenha opiniões muito firmes sobre as mais candentes questões em jogo nesta eleição.
Não é bom sinal.
Como ha um fator excruciante de exaustão moral com a bandalheira que está aí e uma grande massa de eleitores define seu voto por exclusão de defeitos e não por afirmação de qualidades do candidato, Marina Silva apresenta-se, espertamente, como quem pessoalmente não é nada apenas um terreno vazio em cima do qual poder-se-á erigir qualquer construção “dos melhores”.
Mas a verdade dos fatos é que Marina Silva nem é tão neutra — como comprova uma leitura atenta de seu Programa de Governo divulgado no fim de semana cheio de ingredientes que transformam o conteúdo no contrário do que quer fazer parecer sua publicidade de campanha — nem tão vazia de retrospectro quanto pretende parecer agora.
Na eleição de 2010, quando teve mais de 20 milhões de votos, poder-se-ia dizer que ela era o “Cacareco” – o rinoceronte do zoológico em que os paulistas enojados com a deterioração moral em que andava a política local podiam depositar impunemente seu voto de protesto na eleição de 1959. Não havia nenhuma esperança real de que ela fosse eleita em 2010 e assim foi nela que votaram todos quantos, já naquela altura, não se sentiam representados pelo modo PT de governar e nem pelos demais candidatos que se ofereciam ao eleitorado.
Desta vez é diferente. O contingente dos “não representados” mais o dos mal representados subiu para 76% do eleitorado (os que querem “mudanças” sem ter nenhuma ideia de quais segundo as ultimas pesquisas).
Desde 2010 Marina submergiu no limbo midiático. Salvo pela refrega perdida da “Rede“, só tem sido assunto para especialistas. Carona do PSB, nunca chegou a fazer campanha com suas próprias idéias. Por isso ressurge agora “nova” e desconhecida da grande massa dos brasileiros, menos pela embalagem que, tocada pelo incidente da morte espetacular de Eduardo Campos ganhou uma exposição na mídia que nem Dilma Roussef e seus 40 aliados conseguiram amealhar com todos os minutos de televisão que trocaram entre si no país onde eleição vence-se pelo tempo de prateleira na TV, posto que o exame e o debate de idéias entre candidatos é ferozmente censurado na mídia de massa.
É a tempestade perfeita!
Só que Marina Silva tem currículo, sim, e opiniões consolidadas pelo duríssimo cimento da mistura de fé com ideologia. Ela nasceu dentro do PT onde passou 20 anos militando. Comunga especialmente as idéias daquele partido que se referem ao “aperfeiçoamento da democracia” por expedientes plebiscitários e à “relativização” do direito de propriedade. Aplaudiu o Decreto 8243 de Dilma Roussef, antes de recuar avisada por seus marqueteiros do mal que qualquer lembrança de suas raízes petistas poderia provocar nessa sua imagem de “virgindade” mas – a cada nova declaração isso se confirma – continua nessa mesma linha.
Diz que quer criar “uma dmocracia de alta intensidade” que ninguém, nem ela mesmo, consegue explicar o que seja. Fala no assunto por vias tortas no programa de seu partido o que não é propriamente um sinal de boa fé, mas acaba sempre no mesmo ponto: quer “ação direta” (plebiscitos) para instalar “uma nova ordem constitucional” para a obtenção da qual o Congresso é visto como um empecilho. Afirma, como o pior PT, que “a representação não se dá de forma equilibrada, excluindo grupos inteiros de cidadãos como indígenas, negros, quilombolas e mulheres”. Como mesmo com todos esses grupos votando com o mesmo peso de qualquer outro brasileiro, do que é prova o fato desta eleição estar dividida entre duas mulheres, uma delas negra, Marina, como Dilma, continua a defini-los como “excluídos”, conclui-se que o que ela pretende fazer, como Dilma e como o pior PT, é dar aos “movimentos sociais” representando os cortes mais radicais desses segmentos, articulados pelo partido, um peso maior que o dos outros brasileiros nas decisões que podem alterar a Constituição e o regime republicano.
Como essa conta jamais fecharia considerada a regra de maioria, o jeito é suspender essa regra ou criar, como é o caso aqui, um filtro prévio da minoria a quem se quer entregar todas as decisões para conviver com um Congresso Nacional esvaziado de suas funções que o PT vem, ha 12 anos, “cevando” nas migalhas do banquete da corrupção, até que chegue o momento de dar-lhe o tiro de misericórdia.
Ninguém chorará por esse defunto, nem os próprios congressistas que, de tão concentrados em locupletar-se, não encontram tempo para reagir contra o decreto que anula suas funções e já está em vigor ha quase quatro meses.
Suas outras credenciais são igualmente duvidosas:
Marina Silva diferencia-se por quem se faz acompanhar? A sua empresária e os seus economistas de estimação são garantia do seu compromisso com a democracia?
Lula usou expediente semelhante quando assinou a “Carta aos Brasileiros” e embarcou Jose de Alencar, primeiro, e Henrique Meirelles, depois, na sua equipe.
Marina jurou exorcizar a “velha política” e as “aliancas entre contrários” que nos condenam ao toma-lá-dá-cá? Mas voa em aviões enlameados de “laranjas”; juntou-se ao PSB para manter um projeto pessoal de poder; transitou de inimiga jurada do agronegócio e dos transgênicos a aliada dos usineiros e “meio amiga” dos transgênicos de que “dá fé” Beto Albuquerque seu vice e seu contrário (enquanto aumenta o “quociente de produtividade” abaixo do qual pode-se desapropriar a terra alheia)…
A fórmula que vem funcionando para esvaziar Aécio – “Com o PT a certeza da venezuelização, com Marina livramo-nos desse pesadelo” – não se apoia, portanto, em nada de concreto.
Não ha 3a via. Nunca houve 3a via. O Brasil ainda vive num estágio onde o divisor de águas é aceitar ou não aceitar a regra do jogo democrático. Depois que resolver isso, poderá debater-se entre esquerdas e direitas ou entre esquerdas e meias-esquerdas democráticas.
Por enquanto não é o caso. Se ha algo que, até onde se sabe pelo que foi posto na mesa até hoje, não muda com a opção Marina ou o PT, é a intenção declarada de ambos de “resolver” os problemas que decorrem da escassez de democracia na política que se pratica no Brasil, com menos democracia ainda ou com democracia nenhuma.
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