Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
Em 1926, as Esquerdas
de todos os matizes constituíram Brigadas Internacionais e foram para a Espanha
dar apoio aos camaradas de Stalin na luta contra Franco.
Para a Esquerda, as nações nunca tiveram fronteiras. Em 1935, uma alemã, pertencente ao Exército Vermelho Soviético foi enviada ao Brasil, para coordenar a revolução, pelo Komintern (Koommunistischen Internationale),definido como Estado-Maior Ideológico e Político da Revolução Mundial. Ela estava assessorada por 21apparatichiks belgas, alemães, franceses, argentinos e até norte-americanos.
Para a Esquerda, as nações nunca tiveram fronteiras. Em 1935, uma alemã, pertencente ao Exército Vermelho Soviético foi enviada ao Brasil, para coordenar a revolução, pelo Komintern (Koommunistischen Internationale),definido como Estado-Maior Ideológico e Político da Revolução Mundial. Ela estava assessorada por 21apparatichiks belgas, alemães, franceses, argentinos e até norte-americanos.
Depois, a partir de
1959, toda a Esquerda deu apoio de mídia aos camaradas Fidel e Guevara, que
instalaram em Cuba uma ditadura que perdura até hoje. A mais longa já existente
no continente americano.
Nos anos 60 e 70, no
Brasil, com camaradas treinados em Cuba, na China, na União Soviética e na
Argélia, essa mesma Esquerda tentou reeditar a Intentona de 1935. Escorraçados
pelas Forças Armadas, esses camaradas migraram para o Uruguai, e depois para o
Chile, a fim de construirem o socialismo. Derrotados também nesses países,
alguns dirigiram-se para Portugal, atraídos pela Revolução dos Cravos, e depois
para a Nicarágua, onde igualmente a derrota também os esperava.
Financiadas por Cuba,
pela União Soviética, pela China, pela Argélia e por países da Europa Oriental,
as Esquerdas migravam de um para outro país, na ânsia de fazer a revolução.
Percorreram os continentes, receberam doutrinação e treinamento militar
em diversos idiomas.A luta não tinha fronteiras.
Quem diz isso são
eles próprios, que hoje escrevem suas memórias.
O resultado dessa
aventura tresloucada e irresponsável foi uma montanha de mortos. Cerca de 500
mil somente na América Latina.
Hoje, parte da mídia,
revanchistas nativos e de diversos outros países, especialmente dos EUA e da
Europa, condenam aquilo que denominam Operação Condor, uma forma de agir, em
legítima defesa, dos Órgãos de Inteligência dos países agredidos da América
Latina contra a ameaça materializada em organismos continentais denominados
Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) , nos anos 60, e depois
Junta de Coordenação Revolucionária (JCR), nos anos 70,
Os que viveram
aqueles anos de chumbo, de mudanças e de contestações, quando se propalava que
era “proibido proibir", que o capitalismo estava com os dias
contados, e que as revoluções, segundo o modelo exportado por Cuba, eram
iminentes, conhecem bem essa história. Tudo isso já foi escrito, mas deve ser
recordado a propósito do que ocorre nos dias atuais.
É certo que o terrorismo
deve ser combatido com todos os meios – até mesmo os legais -, e deve ficar
claro que quando existe uma ameaça terrorista de caráter internacional os
Órgãos de Inteligência e de Segurança dos países ameaçados se coordenam. Sempre
foi e continuará sendo assim.
A propósito,
recordamos um telegrama divulgado em 21 de novembro de 1998, pela agência de
notícias France-Press : "O Presidente francês Jacques Chirac e o
Primeiro-Ministro Lionel Jospin, confirmaram ao Chefe de Governo
espanhol, José Maria Aznar, a adesão de França à luta antiterrorista na
Espanha, ao ser concluída, ontem, a reunião de cúpula França-Espanha, em La
Rochelle". Assim, os dois países passaram a coordenar seus Órgãos de
Inteligência para combater o grupo terrorista espanhol Eta-Basca. Nada mais
nada menos do que foi feito nos anos 70 na América Latina.
Posteriormente, em
2001, após os atentados terroristas perpetrados contra os EUA, os Órgãos de
Inteligência daquele país passaram a monitorar os cidadãos: foram autorizados a
interceptar comunicações telefônicas, sem ordem judicial; a ouvir conversas
entre advogados e pessoas detidas; a rastrear e-mails na
Internet, através de um sistema denominado "Carnívore"; e a
julgar terroristas estrangeiros em tribunais militares. Além disso, foi
autorizada a detenção de estrangeiros por até sete dias, independente de
qualquer acusação formal.
Na verdade, o Estado
foi transformado em um virtual e onipresente Big Brother, muito
além do que ocorreu na América Latina, qualificada pelo Primeiro Mundo, nos
chamados anos de chumbo, como um "continente atrasado, subdesenvolvido,
sem tradição democrática, governado por ditaduras".
E mais: em 16 de
novembro de 2001, a imprensa informou que ministros da União Européia, reunidos
em Bruxelas, chegaram a um acordo de que ordens de prisão de terroristas ou
suspeitos de terrorismo sejam cumpridas rapidamente em quaisquer dos 15
países-membros, eliminando os lentos processos de extradição. Segundo o Acordo,
qualquer país da UE terá que extraditar para outro país-membro um terrorista ou
suspeito de terrorismo depois de receber um pedido para que ele seja detido.
Se já não bastasse
tudo isso, vejamos as entrevistas do historiador inglês John Keegan ao jornal O
Estado de São Paulo de 30 de setembro de 2001 e à revista Veja, de 3 de outubro
de 2001. Disse ele: "O terror é sujo, vil, traiçoeiro e a guerra contra
ele terá que ser suja, sórdida e terrível (...) Temos que identificar as
pessoas que pensam como os terroristas, seus aliados e os que lhes dão apoio.
Infelizmente, precisamos limitar as liberdades civis para que a campanha seja
eficaz. O Ocidente liberal, basicamente os EUA e a Europa, está começando a
entender o comportamento dos governos da Argentina, do Uruguai e do Chile
contra seus oponentes nos anos 70".
Resta saber se o
diligente juiz espanhol Baltasar Garzón, que na época determinou uma ordem de
prisão contra o General Pinochet, em razão da Operação Condor, teria disposição
de emitir ordens de prisão para os Chefes de Estado da União Européia.