Aprenda mais sobre o Foro de São Paulo
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Conexões internacionais: O Foro de São Paulo[1]
Embora não seja uma organização secreta, a documentação acerca do FSP jamais teve ampla divulgação, tendo sido inicialmente publicado apenas na edição doméstica do GRANMA, órgão oficial do Partido Comunista Cubano. Na edição internacional nada transpirou. Mais tarde, passou a ter algum tipo de noticiário restrito em poucos jornais de alguns países e, até numa revista, quase de circulação interna, chamada “América Libre”, dirigida por Frei Betto, editada na Argentina. Na homepage deste site pode ser encontrada: www.midiasemmascara.org - Texto completo
O Foro nasceu em julho de
90, mas foi concebido em janeiro de 89, em reunião de cúpula do PC de
Cuba e PT do Brasil, onde ficou estabelecido que, se Lula não ganhasse
as eleições em novembro de 89, deveria ser formada uma organização para
coordenar toda a esquerda continental, cabendo a Lula a liderança do
processo. O projeto principal era “conquistar, na AL, uma espécie de
contrapartida, do que já se antevia, nessa reunião, ou seja, o que a
URSS iria perder o leste europeu”. Com a vitória de Collor, foi
organizada a primeira reunião da esquerda continental no Hotel Danúbio
em SP. Sua criação, entretanto, foi precedida de algumas visitas
estratégicas a Itaici, sede dos encontros da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), articuladas por Frei Betto, levando a cúpula
do Partido Comunista Cubano, que viera à fundação do Foro, a uma
reunião com o Cardeal Evaristo Arns, da qual veio a ser enviada carta
de simpatia ao ditador Fidel Castro. Compareceram representantes de 48
partidos comunistas e grupos terroristas convidados por Marco Aurélio
Garcia, a mando de Fidel. Estava fundado o Foro de São Paulo organização
que desde então coordena toda a esquerda na região. Os co-Presidentes
são Fidel Castro e Lula, e Garcia é o Secretário Executivo e ocupa um
dos principais gabinetes vizinhos a Lula no Palácio do Planalto, de
onde controla e coordena todos os grupos guerrilheiros e terroristas
desde o Rio Grande até a Patagônia.
Desde
então, o Foro se reúne anualmente. Uma das reuniões mais importantes
foi em 1993 em Havana, onde foram tomas três decisões fundamentais.
Primeiro,
decisão incondicional de todas as forças ali reunidas, no sentido de
dar todo o apoio a Cuba, durante o período especial, decorrente da
cessação do auxílio soviético e do Leste Europeu, inclusive com a
compra de remédios e estímulo ao turismo. Segundo, concentração de
esforços de todas as forças do Foro para eleger Lula, tendo em vista a
necessidade de uma base territorial e de um governo de expressão, para
dar suporte ao que viria a ser uma espécie de União ou Federação (nome
dado por Chávez), das Repúblicas Socialistas da AL (URSAL no lugar da
URSS) facilitada pela quase unidade lingüística. O terceiro objetivo
seria impedir o desenvolvimento da Nafta, tratado de livre comércio de
iniciativa americana, que iria entrar em vigor no dia primeiro de
janeiro de 94, no México, com provável expansão para outros países,
colocando-se a luta dentro do tema do combate ao “neoliberalismo”, por
todas as formas possíveis.
É
dentro desta estratégia que se deve enquadrar o governo petista,
finalmente eleito em 2002. Não como um governo nacional simplesmente,
mas sim como engrenagem de um mecanismo maior com uma estratégia
definida de conquista continental para instalação de uma união de
repúblicas socialistas. Como nenhum governo comunista desde 1917 foi um
governo nacional normal, mas apenas parte de um todo orgânico
avassalador. A própria política econômica de submissão ao capital
internacional, levada a efeito por um Ministro, Antonio Palocci - que
quando Prefeito de Ribeirão Preto autorizou a instalação do primeiro
escritório de representação das Fuerzas Armadas Revolucionarias de
Colombia (FARC), integrante do Foro – não surpreende nem é indício de
guinada à direita do regime, já que é apenas uma fachada de gradualismo
que está inserida numa estratégia mais ampla, como foi definida pelo
ditador venezuelano Hugo Chávez ao sair em defesa de Lula, vaiado no
último Fórum Social Mundial em 2004 (organização assessória do Foro),
explicando com todo cuidado que, nas atuais circunstâncias, o
gradualismo é uma estratégia necessária dos governantes esquerdistas
“para se fazerem aceitar aos poucos, sem causar rechaço na população”; e
que erros de excessiva velocidade podem ser fatais para o processo
revolucionário. "Na Venezuela, em especial nos primeiros dois anos de
governo, as pessoas cobravam mudanças, queriam mais rápido, mais
radical. Considero que não era o momento, porque há fases nos
processos, há ritmos que não têm a ver só com a situação interna do
país, mas com a situação internacional”. [2]
Esta
estratégia precisa ser mantida em segredo e para isto conta com uma
mídia em sua maioria obediente porque ideologicamente cooptada e o
restante manietado por dívidas a órgão oficiais. Chama a atenção que
os grandes meios de comunicação brasileiros, que enviaram dezenas de
jornalistas à última reunião em São Paulo de 1 a 4 de julho p.p., não
tenham publicado informações e comentários sobre esses importantes
temas ideológicos abordados no FSP, que são os mais importantes e
fundamentais, havendo limitado-se a cobrir o relacionado com as
denúncias de corrupção. Pois nesta reunião, Marco Aurélio Garcia [3]
destacou a irrupção dos chamados “movimentos sociais” enquanto “novos
atores” do cenário político.
Elogiou
a “efervescência” dos mesmos e reconheceu que via como “positivas” as
“grandes desestabilizações” provocadas por esses “novos atores” nos
últimos anos, em países como Bolívia, Equador, Argentina, Uruguai, etc.
Declarou com todas as palavras que “o Estado de Direito não pode
transformar-se em uma camisa de força da democracia” e que, por isso,
via as referidas “desestabilizações” como uma “expansão da democracia”,
assim como um instrumento para “quebrar as hegemonias”. Portanto, se o
marco institucional que dizem respeitar lhes causa problemas ou lhes
põe limitações, então os “movimentos sociais”, que eles mesmos
teleguiam, se encarregariam de ampliá-lo, por bem ou por mal.
Garcia
chegou a elogiar movimentos guerrilheiros marxistas da América
Central, dizendo que tinha que “tirar o chapéu” ante os casos da
Guatemala, de El Salvador e da Nicarágua, países nos quais atualmente
existiria a democracia como “resultado de grandes lutas, inclusive
armadas”. Como se a meta desses movimentos guerrilheiros tivesse sido a
democracia e não o comunismo e a primeira tendo surgido como resultado
da derrubada do último – como na Nicarágua – ou do esmagamento das
forças rebeldes comunistas – como em El Salvador e Guatemala.
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Segundo as FARC mesmo no governo, seus membros têm compromissos com o Foro de São Paulo. |
E também foi sonegada a declaração "Valorizamos
a materialização e a perspectiva da Alternativa Bolivariana para a
América que já se pode apreciar em primeiro lugar nos Convênios entre a
Venezuela e Cuba; porém podem também identificar-se no Convênio
Integral de Cooperação entre Argentina e Venezuela, na aliança
estratégica Brasil-Venezuela (...), nos acordos de criação da TeleSul,
PetroSul e o mais recente ainda, firmado pela Venezuela e os países do
Caribe: PetroCaribe (...)".
Esta estratégia global se interpenetra com outra, que será abordada a seguir.
Conexões internacionais
O Diálogo Interamericano[4]
Em
1982 duas ocorrências levaram pânico aos países ricos: a Guerra das
Malvinas e a crise da dívida externa que apresentava sérios riscos de
default. Aproveitando o caos político e institucional na América Latina
interesses internacionais moveram-se rapidamente buscando manter seu
domínio político e econômico na região. Desse esforço surgiu o que se
convencionou chamar Diálogo Interamericano, sob os auspícios do Centro
Woodrow Wilson, uma espécie de banco de cérebros, com sede em
Washington e criado em 1968 pelo Congresso dos EUA, como “um centro
privado de investigação e documentação política”. O Diálogo
Interamericano propunha estabelecer estruturas supranacionais para
atuar no continente, vigiando as atividades militares e promovendo
ações intervencionistas "sempre que necessário". Dez anos depois, o
Diálogo Interamericano anunciou um plano para eliminar, em curto prazo, a
soberania dos estados da América Latina, substituindo suas funções por
uma rede de instituições supranacionais subordinadas aos interesses de
uma Nova Ordem Mundial.
Esse
projeto baseava-se no argumento de que "a soberania dos estados
nacionais não poderia constituir-se num escudo atrás do qual governos
ou grupos armados poderiam se esconder". Um dos meios destinados a
fragmentar as nações latino-americanas é o chamado “Movimento pelos
Direitos Indígenas”, grupos que operam em quase todos os países do
continente. Onde não há indígenas nativos, missionários e antropólogos
estrangeiros os constituem ou reconstituem. Esse movimento é
financiado, dirigido e promovido desde o exterior, como uma força
dirigida explicitamente contra os Estados Nacionais.
Foi
também questionada a missão dos militares, infensos a aceitar a
transformação de nosso território numa imensa fazenda exportadora de
matérias-primas e de produtos semi-manufaturados e sub-valorizados. Foi
sugerido então que se construísse uma “rede democrática” com poderes
suficientes para opor-se “aos comunistas e aos militares”, colocados,
assim, em pé de igualdade. Daí nasceu a Resolução da OEA sobre o
monitoramento das democracias no continente defendendo a substituição
das Forças Armadas da região por uma Força Interamericana de Defesa,
segundo as normas fixadas pela “Nova Ordem Mundial”: cortes
orçamentários, redução de efetivos, abandono da missão histórica de
defender o Estado Nacional, participação em forças multinacionais, etc.
Planejou-se o desmoronamento dos soldos militares e do seu prestígio,
através de uma sistemática campanha para ligá-los à tortura – processos
contra Pinochet, abolição do pacto de entendimento na Argentina,
vultuosas indenizações a terroristas, assaltantes de banco e
guerrilheiros no Brasil e em breve pode-se esperar algo semelhante no
Uruguai sob o novo governo esquerdista.
Este
sucateamento e desmoralização das forças armadas, algo tido como
recomendável em países que não possuem inimigos externos, onde para se
alcançar os objetivos revolucionários, mais importante do que possuir
um aparato militar significativo, é controlar um comando de polícia
política, compromissada com os ideais revolucionários e livres de
qualquer inibição moral ou hierárquica. Não será surpreendente se as
FFAA forem desmanteladas e reestruturadas à imagem e semelhança do
partido revolucionário, para que a estrutura corrupta de poder que
sempre se forma na pós-revolução possa ser mantida a custo de extrema
violência política [5].
E
é exatamente este o ponto de interseção entre os interesses dos
revolucionários comunistas e dos países hegemônicos. Em fevereiro de
1993, reuniram-se na Universidade de Princeton, EUA, Fernando Henrique
Cardoso, vice-presidente e principal representante da entidade na
América Latina e Lula, onde então foi firmado o Pacto que leva o nome da
Universidade. Atualmente FHC é co-presidente do Diálogo, juntamente
com Peter Hankim. O Pacto de Princeton é abrangente mas, para a
esquerda orientada por Fidel, era uma mera forma de obter apoios
adicionais, sem afetar a estratégia básica do Foro, embora este se
utilizasse do Pacto com o Diálogo, em tudo quanto lhe era favorável e
cumprisse os diversos pontos, enquanto eram do seu interesse ou da
estratégia estabelecida pelo Foro de São Paulo que poderiam influenciar o
Diálogo, dando-lhe a impressão de uma efetiva disposição de
cumprimento da estratégia comum. O acerto final ocorreu na última
semana de julho do mesmo ano numa reunião de Lula com Fidel Castro em
Havana, onde foi firmado um Pacto de Ação Continental.
Portanto,
é pura tolice e um exercício sobre o nada, fazer avaliações políticas
do governo Lula – de resto dos dois governos do PSDB também - como se
fosse um governo nacional normal e não apenas uma peça das mais
importantes de uma estratégia global rumo a uma Nova Ordem Mundial
comandada pela ONU e suas agências, que engloba e supera as outras duas
citadas aqui. Mas este já é outro artigo.
A verdadeira meta comunista: a Nova Classe
Como
já ficou claro, ao definir a passagem do Estado Socialista para o
futuro Estado Comunista, Marx ressaltou que a diferença fundamental
seria passar de um Estado em que imperasse a cada um de acordo com seu
trabalho, para outro mais desejável no qual imperaria a cada um segundo
suas necessidades. Enquanto o primeiro inclui necessariamente algum
esforço, o segundo acena com um estado de coisas paradisíaco ou
nirvânico no qual todos terão suas necessidades atendidas.
O
que parece uma loucura não é. Este estado já foi atingido pelos
próprios líderes comunistas: nenhum exerceu qualquer trabalho
sistemático por muito tempo. Marx viveu às custas de sua mulher
aristocrática e depois, de Engels. Este nunca precisou trabalhar. Lenin
formou-se em Direito mas teve uma única causa que abandonou para viver
às custas da irmã, depois dos exilados, do Império Alemão e finalmente
do Estado. Mao exerceu por pouco tempo o magistério, Chou Em Lai era
descendente de riquíssimos mandarins. Fidel só defendeu a si mesmo e
desde então vive às custas do Partido, do roubo e do Estado. Prestes
nunca mais trabalhou desde que desertou de forma desonrosa. Lula
trabalhou muito pouco, passando a viver em casa emprestada, às custas
do Sindicato, do Partido e sabe-se mais de quem (para mais detalhes ver
[6]).
A
lista é infinita e serve para mostrar que, para os mais iguais entre
os ‘iguais’ (apud Orwell) a teoria deu certo! Conseguiram recriar o
estado aristocrático de parasitas tão indolentes quanto inúteis!
Constituem o verdadeiro fim a que se propõe a ideologia e a práxis
comunista: a constituição de uma Nova Classe. Como bem o disse Milovan
Djilas [7]: “Em contraste com as antigas revoluções, a comunista,
feita em nome da extinção das classes, resultou na mais completa
autoridade de uma nova e única classe”. Alegando construir, “um mundo
melhor possível”, uma sociedade nova, ideal, mais justa,
“construíram-na para si mesmos do melhor modo que puderam”. A Nova
Classe “se interessa pelo proletariado e pelos pobres apenas na medida
em que eles lhes são necessários para o aumento da produção (...) o
monopólio que, em nome da classe trabalhadora, se estabelece sobre toda
a sociedade, é exercido principalmente sobre esta mesma classe
trabalhadora”. Djilas, que percorreu todo o caminho de uma carreira
comunista, chegando ao Comitê Central iugoslavo, denunciou já em 1957
que a Nova Classe se apropria de todos os bens pela nacionalização e
estatização, tornando-se uma classe exploradora.
Mikhail
Sergeyevitch Voslensky [8], que também percorreu toda a carreira
dentro da URSS, que usa o termo Nomenklatura para esta nova classe,
complementa mostrando que a propriedade socialista é a propriedade
coletiva da Nomenklatura, pois “sua adesão fingida ao coletivismo
obrigou-a a adotar a forma coletiva de propriedade”. Já Bruno Rizzi
[9], citado por Voslensky, mostrava em 1939, dentro de ponto de vista
ainda marxista, que “na sociedade soviética os exploradores não se
apropriam da mais-valia diretamente, como o faz o capitalista quando
embolsa os dividendos de sua empresa. Fazem-no indiretamente através do
Estado, que embolsa a mais-valia nacional e a distribui, então, aos
seus funcionários”. Estes funcionários constituem a Nomenklatura, em
russo, a lista dos postos mais importantes cujas candidaturas são
sempre por recomendação de algum órgão do Partido. (Será que isto
lembra alguma coisa ao leitor?).
Conclui
Voslensky: “A Nomenklatura é uma classe de exploradores e de
privilegiados. Foi o poder que lhe permitiu ascender à riqueza e não a
riqueza que lhes proporcionou o poder. A Política da Nomenklatura
consiste em assentar seu poder ditatorial no plano interno a estendê-lo
ao mundo inteiro”.
Esta nova classe, que poderia ser chamada de nova casta, é a herdeira direta das antigas aristocracias e das monarquias absolutistas, às quais tentam substituir desde 1789, passando a ter maior sucesso desde 1917. Mas existe um novo fator que explica a estranha – para alguns – associação entre o grande capital que financia o movimento pela globalização através de inúmeras ONG’s e da ONU, com os partidos revolucionários tradicionais cujas metas deveriam ser divergentes. Mas como ficou claro acima pelo pacto entre FHC e Lula/Fidel (que se reflete na atual política de apaziguamento da crise de corrupção, liderada pelo PSDB) existem fatores em comum. Olavo de Carvalho [10] apresenta a teoria de que “um século de liberdade econômica e política [foi] suficiente para tornar alguns capitalistas tão formidavelmente ricos que eles já não querem submeter-se às veleidades do mercado que os enriqueceu. Querem controlá-lo, e os instrumentos para isso são três: o domínio do Estado, para a implantação das políticas estatizantes necessárias à eternização do oligopólio; o estímulo aos movimentos socialistas e comunistas que invariavelmente favorecem o crescimento do poder estatal; e a arregimentação de um exército de intelectuais que preparem a opinião pública para dizer adeus às liberdades burguesas e entrar alegremente num mundo de repressão onipresente e obsedante (estendendo-se até aos últimos detalhe da vida privada e da linguagem cotidiana), apresentado como um paraíso adornado ao mesmo tempo com a abundância do capitalismo e a ‘justiça social’ do comunismo. Nesse novo mundo, a liberdade econômica indispensável ao funcionamento do sistema é preservada na estrita medida necessária para que possa subsidiar a extinção da liberdade nos domínios político, social, moral, educacional, cultural e religioso”.
Com
isso, os megacapitalistas mudam a base mesma do seu poder. Já não se
apóiam na riqueza enquanto tal, mas no controle do processo
político-social. Controle que, libertando-os da exposição aventurosa às
flutuações do mercado, faz deles um poder dinástico durável, uma
neo-aristocracia capaz de atravessar incólume as variações da fortuna e
a sucessão das gerações, abrigada no castelo-forte do Estado e dos
organismos internacionais. Já não são megacapitalistas: são
metacapitalistas – a classe que transcendeu o capitalismo e o
transformou no único socialismo que algum dia existiu ou existirá: o
socialismo dos grão-senhores e dos engenheiros sociais a seu serviço.
Essa nova aristocracia não nasce, como a anterior, do heroísmo militar
premiado pelo povo e abençoado pela Igreja. Nasce da premeditação
maquiavélica fundada no interesse próprio e, através de um clero
postiço de intelectuais subsidiados, se abençoa a si mesma.
Resta
saber que tipo de sociedade essa aristocracia auto-inventada poderá
criar – e quanto tempo uma estrutura tão obviamente baseada na mentira
poderá durar. (Os três últimos parágrafos são de Olavo de Cravalho).
Nova metodologia de avaliação da crise atual
Somente
entendendo a inserção global dos governos de FHC e de Lula pode-se
fazer uma avaliação mais acurada da crise atual e ainda assim, levando
em consideração os tópicos que levantei sobre como se comportam os
comunistas e seus partidos. Além do já dito, vale mencionar algumas
outras regrinhas de alto valor para quem precisar discutir com
comunistas ou entender como o partido funciona no poder ou fora dele.
Golitsyn [11] advertia que na avaliação de atitudes de governos comunistas deve-se ter as seguintes precauções:
1-
Não acreditar que polêmicas entre comunistas, (acrescento eu: ou entre
eles e partidos afins como o PSDB) impliquem em real divisão entre
eles;
2-
Avaliar se há de fato razão suficiente para as propaladas disputas (no
caso atual é só aparência. Lembrar que FHC declarou há pouco tempo que
não há diferença ideológica entre PT e PSDB, apenas divergências
políticas que se resumem no fato de que, enquanto o primeiro é
marxista, o segundo é Fabiano [12], mas a finalidade é exatamente a
mesma. Se os ataques do PSDB ao PT ou ao próprio Lula se
intensificarem, como se pode supor, isto significará tão somente o
retorno provisório aos métodos menos dolorosos, mas o rumo continuará o
mesmo. O que é preciso é impedir que surja algum partido ou candidato
realmente liberal que acabe com as mamatas da nova classe);
3- Procurar, por detrás da aparência de desunião, sinais de unidade de ação (como a operação “abafa” promovida pelo PSDB);
4-
Procurar correlações temporais entre a eclosão de polêmicas e as
grandes iniciativas comunistas (p. ex., o surto de ações espetaculares
da Polícia Federal durante a atual crise de corrupção);
5-
Considerar sempre a polêmica como parte da operação de desinformação
(considero até mesmo a bombástica ação de Roberto Jefferson muito mais
uma operação de desinformação; haja vista a insistência na “blindagem”
do Presidente Lula).
Acrescento algumas, retiradas da minha experiência pessoal:
6-
A causa está acima de tudo, até mesmo dos militantes que podem ser
sacrificados em prol da continuidade do processo. Portanto, não
acredito que José Dirceu “caiu” - é muita ingenuidade acreditar que o
“homem forte” do regime tenha sido o primeiro a cair e com tal
facilidade - mas mudou de posição; mas se for necessário sacrificá-lo
em prol da causa, isto será feito, com a plena aceitação por parte do
mesmo;
7-
Nunca acreditar em alianças ou tratados com comunistas – tratados são
para serem rompidos - assina-se e depois se joga no lixo;
8-
Nunca acreditar que partidos que não tenham o nome comunista como o
PT, não o sejam. Geralmente o nome diferente é pura desinformação.
Lembrem que o PCB – com este nome - não teria ganhado nem mesmo uma
prefeitura. Nomes nada valem – observar os atos, os métodos e as
práticas e não os nomes;
9-
Nunca acreditar em história, biografias, etc. publicamente
apresentadas, pelo seu valor de face. São todas forjadas e fomentadas
pela massificação doutrinária pela mídia. P. ex., toda a cúpula do PT, e
alguns do PSDB, do PSB e do PPS, é constituída de guerrilheiros,
assaltantes de bancos e terroristas, portanto nada a surpreender na
crise atual: a corrupção lhes é intrínseca;
10-
Tenha sempre em mente que os arroubos de democracia e Estado de
Direito, são sempre engodos dos quais se livram assim que puderem;
11-
Idem quanto à alegada defesa da “soberania nacional” que tanto encanta
nossos nacionalistas, os quais se surpreendem quando percebem que
jamais houve em toda a história do Brasil governos mais entreguistas do
que nos últimos 11 anos. Às vergonhosas e escandalosas privatizações
com dinheiro público de FHC seguiram-se as entregas de grande parte do
território nacional do governo Lula às ONG’s. Com o discurso de um
Chico Mendes, atuam como um Henry Ford;
12-
Não acreditar, como o fazem alguns sinceros críticos liberais, que a
mentalidade comunista é produto de alguma “doença mental” que os faz
acreditar sinceramente no que fazem com o dinheiro público em prol da
causa. Pelo contrário, sabem muito bem que o que fazem é puro roubo e
errado segundo a moral “burguesa”, mas distorcem esta moral criando uma
outra, que cinicamente denominam “proletária” – à qual nenhum
proletário honesto seguiria – que não passa de justificativa de caso
pensado. Não são pobres doentes que precisam de hospital psiquiátrico;
são gatunos que merecem cadeia!
13-
Ao avaliar o que é ou não comunista, esquecer os surrados slogans de
ditadura do proletariado, sociedade mais justa, etc. Os atuais
objetivos são outros, todos destinados a liquidar com a civilização
ocidental e seus valores: defesa do aborto, liberação das drogas
pesadas, da oficialização das relações homossexuais – diferente de
respeitar os indivíduos homossexuais – movimento feminista rancoroso,
estimular o racismo sob o rótulo oposto através p. ex. das cotas
raciais, etc.;
14-
A campanha pelo desarmamento está em perfeita harmonia com o
sucateamento e desmoralização das Forças Armadas para impedir qualquer
resistência ao domínio da nova classe. Este é um exemplo claro da
ligação entre os revolucionários e os metacapitalistas: o maior
financiador da campanha em todo o mundo chama-se George Soros.
15- Finalmente, nunca o que parece ser, é!